30.3.06

"gosto do gosto da mesma rosa de gertrudes"


"estou muito ocupada
tentando entender
o que eles querem dizer
pelo que eles dizem"
(Gertrude Stein)
e se uma rosa é uma rosa e roseta
no rossio róscido do riso rosicler

fazer sempre é só uma questão de
transformar rosas em novas rotas.

e já que não fiz o que queria fazer
fui até ali ver o que o querer fazia.

e fazendo com que o fazer quisesse
fiz aquilo que todo mundo deveria
fazer já que agora de medo estremece
o medo do medo do tremor do vértice
veto do vento volátil que volita ventas
vacina vencida veneno que Rosita roça
russa rosa regaça no reduto do meu rijo
que rosna rasteja arrasta ereto e de resto:

penso em Gertrudes.
seu retrato grisalho.

é só rever seu retrato
grisalho retrato grisalho
cabelo grisalho aparado que
fora tonturas e absurda dor no fígado
me sinto preso e peço se posso sair sozinho
que muito me dói uma questão no caminho:

se você tem uma coisa na sua frente
o nome é apenas o que você dá a ela
mas se devagar você sentir aquilo
que existe dentro da coisa em si
ela passa a não ter mais nome.

isso por mais que você tente transformar
uma rosa em robusta racha de rosto rastro
rugoso de roxa roséola no risco resoluto
e roto do arroto que resta do rótulo ruante
no doce dorso revolto do rosilho sem rota.

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