são firmes petelecos
nos nervos
de tua quente fidelidade
noturna.
palhaço sem calças, esqueces
tua simplicidade
monumental,
a gagueira com que
vencias
erros humanos sem
pecado.
porque todo pecado é o certo.
há um dia em que se
percebe
a mudez fratricida de
tua lira,
engano roufenho de tua
chave.
e abres tudo sem mover
o fio
que te liga ao que foi
proposto
e desafia tua tesoura barroca,
sem fio no fio de tua
espécie.
esquina revelada do
absinto
a rua em que, sem as
noites,
dormem teus nervos de
areia
ao se enrolarem no
plástico
de tuas raízes sem tremores.
são firmes nervos, os
petelecos
precisam inaugurar
outro gesso.
é mau o novo gesso, ele
é como
as primeiras ternuras
da infância
quando se odeia o que
se ama,
olho imenso a que
apontastes
na gota infame do
naufrágio.
agora, outra vez, as
faculdades
dirão faça isso, morra por aqui.
e terás enfim um medo terrível,
um estúpido em tuas
entranhas
agarrado aos cílios de
tua vida.
mas são areias de outros
ruídos
que formam o silêncio
de deus.